XII Congreso de la Asociação Internacional para o Estudo da Música
Popular
Seção Latinoamericana
7 al 11 de março de 2016
Habana, Cuba
Visões da América, Sonoridades da América
SEGUNDA CIRCULAR
Caros colegas:
Temos
a satisfação de anunciar os simpósios aprovados para o XII Congresso da Seção
Latino-Americana da Associação Internacional para o Estudo da Música Popular
(IASPM-AL), a realizar-se entre os dias 7 a 11 de março de 2016, na Casa das
Américas, em Havana.
Como anunciado na Primeira Circular,
os simpósios são a forma privilegiada de participação, pois facilitam a
conformação e ou desenvolvimento dos grupos de trabalho. Esses simpósios são
coordenados por dois pesquisadores/as de duas instituições distintas e se
espera que propiciem espaços de discussão articulada que permitam maior
aprofundamento na abordagem de suas várias temáticas. Além dos simpósios, foram
definidos também quatro eixos complementares com outras temáticas de
relevância.
As propostas de comunicação para os
simpósios deverão ser submetidas, para avaliação, diretamente aos coordenadores
de cada um deles, ao passo que as propostas de comunicação para os eixos temáticos
deverão ser enviadas ao endereço iaspm.al2016@casa.cult.cu. Só será admitida UMA PROPOSTA de
comunicação pro participante, salvo o caso em que uma segunda proposta seja em
coautoria e ambas encaminhadas aos simpósios. O tempo de exposição das
comunicações para todos os participantes será de 20 minutos.
Todas as
propostas de comunicação deverão conter entre 450 e 500 palavras, incluindo
quatro referências bibliográficas e uma clara hipótese de trabalho. Deve-se incluir o nome completo dos
autores, suas filiações institucionais e e-mails. Deve-se utilizar a fonte
Times New Roman tamanho 12. Ao enviar a proposta por e-mail, deve ter no
"assunto" da mensagem se vai a um simpósio (Simp1_,
Simp2_, Simp3_…) ou a um eixo (Eixo1_, Eixo2_, Eixo3_...) e
incluir as primeiras quatro palavras do título da comunicação.
O prazo para o envio de propostas de
comunicação (tanto aos simpósios quanto aos eixos temáticos) encerra-se no dia
25 de novembro. Os resultados serão publicados no em 18 de dezembro tanto na
página web da Associação (www.iaspmal.net) como no portal da Casa das
Américas (www.casadelasamericas.org).
É importante ressaltar que para
participar do congresso é obrigatório ser associado à IASPM-AL e estar em dia
com o pagamento das anuidades. NÃO HAVERÁ COMO SE ASSOCIAR À IASPM-AL DURANTE O
CONGRESSO, sendo possível somente efetuar pagamento de inscrição junto ao
comitê organizador local. “Estar em dia” significa ter pago a cota anual de
2015. A data limite para se associar e pagar o ano de 2015 é 31 de dezembro
próximo. Para efetuar o pagamento, escreva para o endereço tesoreria.iaspm.al@gmail.com, pelo qual serão fornecidas as
informações completas.
A seguir, está a relação dos
simpósios aprovados e dos eixos temáticos. Mais abaixo, encontra-se a descrição
detalhada de cada um deles.
Simpósios:
1) “Música popular
do Brasil e da Hispanoamérica: diálogos, trânsitos, interações”
Coordenadoras: Cláudia Neiva
de Matos (Universidade Federal Fluminense y Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Brasil) y María Eugenia Domínguez (Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil)
2) “A música da
diáspora africana na América Latina”
Coordenadoras: Maria Ximena
Alvarado Burbano (Universidad del Valle, Colombia)
y Denise Barata (Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil)
3) “Sobre héroes y
tumbas: Historias hegemónicas e historias alternativas de la música popular
latinoamericana”
Coordenadores: Marita Fornaro (Departamento de
Musicología, Centro de Investigación en Artes
Musicales y Escénicas del Litoral Noroeste de la
Universidad de la República, Uruguay) y Julio Mendívil (Center for World
Music, Universidad de Hildesheim, Alemania)
4) “Historia y memoria de la música popular en América
Latina”
Coordenadores: Víctor Rondón (Facultad de Artes, Universidad de
Chile) y Juliana Pérez
G. (Departamento de Historia Social, Universidad de São Paulo, Brasil)
5) “Música y Política”
Coordenadores: Tânia Garcia (Universidade
Estadual Paulista, São Paulo, Brasil) y Adalberto
Paranhos (Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais, y Universidade Estadual de
Campinas, São Paulo, Brasil)
6) “Música e
identidades regionales: transformaciones, contraposiciones y desafíos a las
identidades nacionales latinoamericanas”
Coordenadores: Ana Romaniuk (Universidad Nacional de Cuyo, IESH-Universidad
Nacional de La Pampa) y María Luisa de la Garza (Centro de
Estudios Superiores de México y Centroamérica, Universidad
de Ciencias y Artes de Chiapas)
7) “A obra dos compositores/criadores da música popular
latino-americana sob o enfoque do hibridismo”
Coordenadores: Paula Mesa (Facultad de Bellas Artes,
Universidad Nacional de La Plata, Argentina) y Herom Vargas (Universidade Municipal de São
Caetano do Sul, Brasil)
8) “Jazz e outras músicas na América Latina: o jazz na
encruzilhada”
Coordenadores: Berenice Corti (Instituto de Investigaciones
en Etnomusicología de Buenos Aires y Universidad de Buenos Aires, Argentina); Alvaro Menanteau (Escuela Moderna de Chile); Miguel Vera Cifras (Radio
Universidad de Chile y Universidad Alberto Hurtado) y Marilia Giller (Universidade Estadual do Paraná, Brasil)
Correios eletrônicos: berenice.corti@gmail.com, almenanteau@gmail.com), magiller@gmail.com y veracifras@hotmail.com
9) “Gênero, corpo e pós-colonialidade na música popular”
Coordenadoras: Isabel Nogueira
(Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil), Laila Rosa (Universidade Federal da Bahia, Brasil) y Susan Campos Fonseca (Universidad
de Costa Rica)
Correios eletrônicos: isabel.isabelnogueira@gmail.com, lailarosamusica@gmail.com y susanconductor@gmail.com
10) “Fazer e Aprender. As
Performances de Gênero na e com a Música”
Coordenadores: Thiago Soares (Universidade
Federal de Pernambuco, Brasil), Mercedes
Liska (Universidad de Buenos Aires, Argentina), Carolina Spataro (Universidad de Buenos Aires, Argentina) y Malvina Silva (Universidad de Buenos
Aires, Argentina)
Correios eletrônicos: thikos@gmail.com, mmmliska@gmail.com, carolinaspataro@yahoo.com.ar y malvina.silba@gmail.com
11) “A produção e o
arranjo: composições estéticas, técnicas e sociais”
Coordenadores: Frederico Machado de Barros (Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Brasil), Jonas Soares Lana (Pontífica Universidade
Católica do Rio de Janeiro, Brasil) y Vassili Rivron (Université de Caen-Basse Normandie / Institut de Recherche en
Informatique et Automatique, Francia)
12) “Alejo Carpentier e o estudo das paisagens (sonoras)
midiáticas: de Visão da América à
contemporaneidade”
Coordenadoras: Marita Fornaro (Universidad de la
República, Uruguay); Heloísa Valente (Universidade Paulista, Brasil) y Martha Ulhôa (Universidade Federal do Estado do
Rio de Janeiro, Brasil)
Eixos temáticos:
1) A América Latina e sua relação
musical com o mundo
2) Música popular e pedagogia musical
na América Latina
3)
Músicas populares subalternas ou marginalizadas
4) Cancioneiros, gêneros musicais e
complexos genéricos na América Latina
Atenciosamente,
A diretoria da IASPM-AL e os comitês
organizadores do XII Congresso
Diretoria (2014-2016) Comitê
organizador local
Julio Mendívil (Perú) – presidente Jesús Gómez Cairo (Museo Nacional de la
Música)
Herom Vargas (Brasil) – vicepresidente María Rosa Hernández (Universidad de las
Artes ISA)
Ma. Luisa de la Garza (México) – secretaria Laura Vilar
(CIDMUC)
Berenice Corti (Argentina) – tesorera Orlando Vistel (Instituto Cubano de la Música)
Heloísa Valente (Brasil) – editora María Elena Vinueza (Casa de las Américas)
Comitê de
lectura Comitê acadêmico
Ma. Luisa de la Garza (México) José Luis Fernández (Argentina)
Liliana González Moreno (Cuba) Cláudia Matos (Brasil)
Lauro Meller (Brasil) Julio Mendívil (Perú)
Simone Luci Pereira (Brasil) Álvaro Neder (Brasil)
Carolina Santamaría (Colombia) Juan Francisco Sanz (Venezuela)
Mónica Vermes (Brasil) María Elena Vinueza (Cuba)
Simpósios com ementas, coordenadores e bibliografia de referência:
1) “Música popular do
Brasil e da Hispanoamérica: diálogos, trânsitos, interações”
Coordenadoras: Cláudia Neiva
de Matos (Universidade Federal Fluminense y Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Brasil) y María Eugenia Domínguez (Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil)
A maior parte do
território compreendido sob a denominação de América Latina é formado por
nações onde se fala, além de línguas indígenas, o espanhol − nos países que vão
desde o extremo sul do continente americano até o México – e o português – no
Brasil. Na maioria desses países, a população e a cultura resultam da mistura
de autóctones e africanos e seus descendentes com os colonizadores portugueses
e espanhóis. Vizinhos em sua península de origem, estes tinham muitos pontos de
confluência e similaridade, mas também elementos de conflito e diferenciação. A
diferença idiomática, que era um dos pontos mais nítidos de distinção,
permanece como importante traço da fronteira que separa a América hispânica
continental e caribenha, com todas as suas diversidades internas, e o Brasil,
com seu vasto território e sua variedade cultural. O fato de a IASPM-AL reunir
Américas hispânicas e portuguesas é motivação e suporte para que pensemos
nossas relações tais como se manifestam na música popular. Por isso este
simpósio propõe uma reflexão sobre os diálogos, trânsitos e interações surgidos
e praticados entre a música hispano-americana e a música brasileira. O objetivo
é reunir trabalhos que examinem, em perspectiva comparada, linguagens e
configurações das músicas populares dos dois conjuntos geopolíticos; e os modos
como, através dos processos de criação, circulação e consumo de música popular,
são elaborados contrastes e continuidades entre o Brasil e a Hispanoamérica.
No
âmbito dessa proposta, podem ser tratadas questões como:
- Recepção,
consumo e apropriações da música brasileira na América Hispânica e da
música hispano-americana no Brasil.
- Repertórios hispano-americanos gravados por intérpretes brasileiros
e vice-versa: gravações nas línguas originais e traduções; versões
cantadas e instrumentais; performances inovadoras, cover e paródia.
- Estudos acadêmicos, crítica jornalística, material mediático
(rádio, cinema, televisão) sobre música popular dos países americanos de
língua espanhola produzidos no Brasil e vice-versa.
- Associações, parcerias e obras conjuntas de compositores e/ou
intérpretes hispano-americanos e brasileiros.
- Imagens e representações do Brasil na canção hispano-americana e
imagens de latinoamericanidade na canção brasileira.
- A canção militante, de temática social e política: relações entre a
canção de protesto brasileira, a nueva
canción do Cone Sul e a nueva
trova cubana.
- Gêneros musicais: difusão, migração, reelaboração, hibridismo e
diversificação. Expansão e processamento de gêneros referenciais, como o
bolero e a bossa-nova.
- Poéticas hispano-americanas e brasileiras para gêneros configurados
na América do Norte (jazz, rock, hip-hop, reggae, etc), em perspectiva
comparada.
- Música e lugar: limites geopolíticos e sua transgressão; elaboração
de imaginários nacionais, transnacionais e/ou regionais através da música
popular.
- Turnês, migrantes, viajantes e visitantes: presença de artistas do
campo lusófono no campo hispânico e vice-versa.
- Músicas indígenas e negras na música popular do Brasil e da
Hispanoamérica.
Referências bibliográficas:
GONZÁLEZ, Juan
Pablo. 2013. Pensar la música desde
América Latina. Buenos
Aires: Gourmet Musical.
KARTOMI, Margaret J. 1981. The Processes and Results of Musical Culture
Contact: A Discussion of Terminology and Concepts. Ethnomusicology, Vol. 25, No. 2 (May, 1981), pp. 227-249. University
of Illinois Press / Society for Ethnomusicology.
MENEZES BASTOS, Rafael J. de. 1999. Músicas
latino-americanas hoje: musicalidade e novas fronteiras. In TORRES, Rodrigo
(ed.). Música popular en América Latina: Actas del II Congresso
Latinoamericano IASPM, pp. 17-39. Santiago de Chile: FONDART.
RAMOS, Víctor Hugo. 2012. La
identidad latinoamericana: proceso contradictorio de su
construcción-deconstrucción-reconfiguración dentro de contextos globales. Universitas Humanísticas, nº 73,
Bogotá, Jan.-Jun. 2012. http://www.scielo.org.co/pdf/unih/n73/n73a02.pdf
GARRAMUÑO, Florencia. 2007. Modernidades
primitivas: tango, samba y nación. Buenos Aires: Fondo
de Cultura Económica.
2) “A música da diáspora africana na América Latina”
Coordenadoras: Maria Ximena
Alvarado Burbano (Universidad del Valle,
Colombia) y Denise Barata (Universidade
do Estado do Rio de Janeiro, Brasil)
Entre os séculos XVI e
XIX, mais de 12,5 milhões de africanos foram escravizados e levados para as
Américas e Europa, provocando um dos maiores deslocamentos populacionais da
história da humanidade. A diáspora africana proporcionou um intenso trânsito
simbólico e o estabelecimento de uma cultura cheia de similaridades nas
Américas. “(…) Eles foram para todos os lugares: de Buenos Aires a Colômbia
e Peru, ao vasto Caribe, assim como Suriname e as Guianas, e a região costeira
dos Estados Unidos, de Nova Orleans a Nova Iorque, até alcançarem, finalmente,
a Nova Escócia, no Canadá” (Vansina 2009: 7).
Ao
serem retirados da África, sem nenhuma bagagem material, os africanos trouxeram
seus corpos e suas vozes, encontrando aqui uma nova forma para construir em
suas identidades, que não se constituiu apenas pelas palavras, mas também pela
dança, música e cultos.
Restringindo-nos à
música, são perceptíveis os estilhaços de um imenso caleidoscópio diaspórico
americano pleno de sonoridades que não se deixaram aprisionar. São as vozes e
sonoridades moventes da Cumbia, Currulao, Juga, Bunde, Abozao, Patacoré na
Colômbia; da Rumba, Son Cubano, Son Montuno em Cuba; do Merengue na República
Dominicana; da Bomba e Plena, em Porto Rico; da Zamacueca e Festejo no Peru; do
Albazo no Equador; da Chacarera, Chamamé, Milonga e Tango na Argentina; da
Cueca no Chile; da Saya na Bolívia; do Candombe e Murga no Uruguai; do Calango,
Jongo, Folia de Reis, Coco, Embolada, Tambor de Crioula, Partido Alto e Samba
no Brasil; entre tantos outros.
Todos
esses ritmos são um claro testemunho do legado da diáspora africana nas
sonoridades dos nossos repertórios musicais. Suas evidencias estão, por exemplo,
nas características físicas de instrumentos como tambores, bumbos, cununos,
marimba de chonta; na diferenciação por sexo de instrumentos de percussão e de
sopro como tambores e gaitas masculinas e femininas; na importância do caráter
percussivo das músicas; na conexão intensa entre música, dança e corpo; na
importância dos tempos fracos sobre os fortes; na presença contínua das
síncopas; nas flexibilidades rítmicas; no caráter cíclico dos padrões rítmicos;
na forma de compornoato (conhecido como improvisação); na estreita relação
música e ancestralidade; assim como entre tantos outros elementos que encontram
eco ao largo do território latino-americano.
A
partir do exposto, convidamos pesquisadores e pesquisadoras que pretendam
estabelecer um diálogo entre os diferentes repertórios musicais da América
Latina que evidenciem o aporte cultural trazido do continente africano, e que
com o transcorrer do tempo, continuam latentes nas memórias, corpos,
celebrações, danças e rituais dos países latino-americanos.
Referências bibliográficas:
ALVARADO, Maria Ximena. Currulao: Análise etnomusicológica para o gênero representativo do
Pacífico sul colombiano. Dissertação. Universidade Federal do Paraná,
Curitiba, 2013.
BARATA, Denise. Samba e Partido Alto: Curimbas
do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2012.
KUBIK, Gerhard. The
Emics of African Musical Rhythm. Cross Rhythms Occasional Papers in African
Folklore/Music. Indiana
University: Bloomington. v. 2. p. 26-66, 1985.
PINTO, Thiago de Oliveira. As Cores do Som: Estruturas Sonoras
e Concepção Estética na Música Afro-Brasileira. In: África.
Revista do Centro de Estudos Africanos. USP, São Paulo. 22-23:87-109. 2000.
VANSINA, Jan. Prefácio. In: HEYWOOD, Linda M
(org.). Diáspora Negra no Brasil. São
Paulo: Contexto, 2009.
3) “Sobre héroes y tumbas: Historias hegemónicas e
historias alternativas de la música popular latinoamericana”
Coordenadores: Marita Fornaro (Departamento de
Musicología, Centro de Investigación en Artes
Musicales y Escénicas del Litoral Noroeste de la
Universidad de la República, Uruguay) y Julio Mendívil (Center for World
Music, Universidad de Hildesheim, Alemania)
Ya sea a través de
publicaciones o programas de estudio, de la organización de festivales o
subvenciones para conciertos e investigaciones, los estados nacionales
latinoamericanos forjaron en el siglo XX cánones musicales mediante cierto tipo
de historias de la música que los legitimaban. Mas, como Philip Bohlman ha
anotado, todo canon excluye a la vez que incluye (1992: 128), produciendo de
este modo aquello que Michael Iyanaga recientemente ha tildado de narrativas
silenciadas (Iyanaga 2015: 185). Ya en los años 70 Robert M. Stevenson ponía al
descubierto que, mientras que las historias de la música escritas en Estados
Unidos tendían a excluir el período prehispánico en sus narrativas, este
ocupaba siempre un espacio —aunque modesto— en aquellas escritas más al sur del
continente (Stevenson 1970: 2-59), mostrando que, efectivamente, cada visión
histórica conlleva una política de presencias y ausencias.
Retomando
dicho espíritu analítico, queremos reflexionar en este simposio sobre los
criterios que han marcado el derrotero seguido por los historiadores de la
música en América Latina. Nos interesa interpelar a través de estudios de
casos:
—
¿Qué historias de la música o de géneros musicales se han escrito
desde una posición hegemónica en América Latina y qué tipo de discursos han
impuesto dichas historias?
—
¿Cómo se insertan este tipo de historias en la
construcción de la nación moderna latinoamericana?
—
¿Qué tipo de fuentes se han privilegiado en la construcción de estas
visiones hegemónicas?
Paul Veyne ha
sugerido que la historia no explica y que sus “explicaciones” no remiten a un
principio que haría el acontecimiento inteligible, sino que expresan el sentido
que el historiador da a un relato (Veyne 1971: 70). Vista desde esta perspectiva,
la historia no es sino un discurso condicionado por las preferencias
epistemológicas e ideológicas de quien la escribe. Así, poner al descubierto
dichas implicancias nos ayuda a ver críticamente sus políticas de inclusión y
exclusión. En ese sentido, nos interesa discutir también aquellas narrativas
que los discursos oficiales no han
logrado condenar al silencio plenamente, preguntándonos:
—
¿Qué historias han sido acalladas a través de la canonización de otras
historias de la música latinoamericana?
—
¿Cómo son esas narrativas alternativas sobre música, culturas o
géneros musicales en América Latina?
—
¿Qué filosofía de la historia llevan implícitas?
—
¿De qué tipo de registro se han valido para
contrarrestar el silenciamiento impuesto desde arriba?
El simposio
aceptará estudios de caso relacionados con historias de la música
latinoamericana, ya sean estas de carácter hegemónico o alternativo. Asimismo,
la revisión crítica de textos históricos, analizándolos en función a las
interrogantes propuestas líneas arriba. Los resúmenes que no correspondan con
los requisitos formales o de contenido serán rechazados. La extensión del
trabajo final no deberá exceder las 8 páginas a doble (o el equivalente a 20
minutos de lectura), y deberá ser enviado a los coordinadores antes de la
realización del simposio.
Referências bibliográficas:
BOHLMAN, Philip. 1992. Ethnomusicology’s Challenge to the Canon; the
Canon’s Challange to Ethnomusicology. In: Katherine Bergeron and Philip Bohlman
(ed.), Discipling Music. Musicology and Its
Canon. Chicago & Londres: The University of Chicago Press, p. 116-136.
IYANAGA, Michael. 2015. On Flogging the Dead Horse, Again:
Historicity, Genealogy, and Objectivity in Richard Waterman‘s Approach to
Music. In: Ethnomusicology. Vol. 59 (2), p. 173-201.
VEYNE, Paul. 1971. Cómo se escribe la historia. Madrid:
Alianza Editorial.
STEVENSON, Robert M. 1970. Philosophies of American
Music History. Washington: Library of Congress & The Louis Charles
Elson Memorial Foundation.
4) “Historia y
memoria de la música popular en América Latina”
Coordenadores: Víctor Rondón (Facultad de Artes, Universidad de
Chile) y Juliana Pérez
G. (Departamento de Historia Social, Universidad de São Paulo, Brasil)
En
su momento, fueron poco discutidas afirmaciones como aquella de E. J. Hobsbawm
en 1959 cuando señalaba que “en todas partes, la segunda mitad del siglo XIX
fue un período revolucionario en las artes populares, aunque esto haya pasado
desapercibido para ciertos observadores ortodoxos snobs” (Hobsbawm 1990: 159).
Tampoco fueron debatidas las apreciaciones de W. D. Allen (1962) quien al
reseñar la primera edición de la historia de la música occidental de D. J.
Grout (1960) lamentaba que su autor sólo se hubiera preocupado por la música
escrita y hubiera ignorado “aquellos procesos de la historia de la música, como
la improvisación en las músicas folclóricas y populares, sin las cuales nuestro
arte musical jamás habría podido desarrollarse” (1962: vii).
Todo indica que la entrada de la música
popular como objeto de estudio académico es reciente, particularmente en la
historia de la música realizada desde la Musicología y la misma disciplina
histórica. No obstante, sabemos que los textos académicos fueron antecedidos
por relatos y memorias colectivas que le otorgaron un sustrato histórico a
algunas prácticas de la música popular. Esto significa que antes de que fuera interés
de musicólogos e historiadores de formación, ya venían circulando relatos de
trasfondo histórico, anclados en otros diversos saberes.
Este simposio propone trabajar la
historiografía de la música popular básicamente desde los complejos caminos de
la Historia y la Memoria. A pesar de que tradicionalmente fueron entendidas
como de naturalezas diferentes, teóricos como P. Ricoeur y D. Lowenthal han
reflexionado sobre los complejos vasos comunicantes que hay entre algunas
concepciones de Historia y ciertas conceptualizaciones de Memoria. Este
simposio abre un espacio para discutir la forma como se ha construido la
historia de la música popular del continente latinoamericano, a la luz de este
binomio.
Interesan reflexiones actuales sobre trabajos
realizados dentro y fuera de la academia, cuya preocupación fue desvelar el
pasado musical de alguna práctica popular. Pueden ser analizados estudios
adscritos al folclor, de tipo periodístico y crónicas de melómanos, discursos
musicales, o de historiadores, musicólogos y etnomusicólogos, entre otros.
Básicamente proponemos analizar problemas comunes a toda “operación
historiográfica”, en términos de M. de Certeau. Por ejemplo, elección de
fuentes primarias; conformación de acervos documentales; centralidad del material
musical en sí; definición de categorías analíticas; explicación de cambios y
continuidades históricas; preferencias cronológicas o aspectos relacionados con
sus autores y su época como difusión y recepción de sus obras; contextos
sociales y culturales; debates intelectuales de su momento, etc.
En resumen, invitamos a pensar, en ponencias
monográficas o panorámicas, sobre la variada producción historiográfica de la
música popular a partir de la problemática Historia y Memoria que, a nuestro
ver, ayuda a la comprensión de aspectos epistemológicos comunes a toda
“operación historiográfica”.
Referências bibliográficas:
ALLEN, Warren Dwight. Philosophies of
Music History. A Study of General Histories of Music 1600-1960. New
York, Dover, 1962.
CERTEAU, Michel de. A cultura no plural.
Campinas: Papirus Editora, 1995.
HOBSBAWM, Eric J. Historia Social do Jazz, Paz e Terra, Rio de Janeiro, 1990 [1959].
LOWENTHAL, David. El
pasado es un país extraño. Madrid: Akal, 1998 [1985].
RICOEUR, Paul. A
memória, a história, o esquecimento. Campinas: Unicamp, 2010.
5) “Música e Política”
Coordenadores: Tânia Garcia (Universidade
Estadual Paulista, São Paulo, Brasil) y Adalberto
Paranhos (Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais, y Universidade Estadual de
Campinas, São Paulo, Brasil)
A discussão sobre o significado e as funções políticas da música popular sempre
foi objeto de controvérsias, se levarmos em conta a pluralidade de papeis que
ela desempenha historicamente. Veiculada pelos meios de comunicação de massa,
presente intensamente no nosso cotidiano, ao exprimir visões de mundo as mais
diversas e mobilizar diferentes tipos de escuta, a canção se converteu numa
fonte privilegiada para o estudo político das sociedades modernas.
Nem sempre, contudo, a relação entre música e política se dá a perceber
de forma clara. A primeira dificuldade consiste em assinalar que, muitas vezes,
os vínculos que prendem uma a outra não são explícitos como, por exemplo, numa
canção de protesto ou de celebração de regimes institucionalmente constituídos.
Os elos que as aproximam são, com frequência, indiretos, como se pode constatar
em casos em que o próprio registro instrumental de uma composição é capaz de
suscitar reações por se valer de códigos ou de instrumentos musicais que
quebram uma dada ordem sonora estabelecida.
Tradicionalmente, como evidenciam os autores clássicos das Ciências
Sociais cujas obras datam do século XIX e princípios do século XX, o conceito
de política foi atado aos aspectos institucionais, tomando o Estado como seu
ponto de referência fundamental. Sem desconhecer tal realidade, no simpósio
Música e Política serão aceitos trabalhos que associem o universo da música a
essa visão stricto sensu da política.
Mas ele também se abre a um campo de largo espectro para a acolhida de
propostas que cubram um repertório variado de temas que envolvam os domínios
musical e político no seu sentido mais amplo. Do ponto de vista histórico,
impõe-se reconhecer que, sob o influxo de novos acontecimentos e reelaborações
teóricas – como as agitações que sacudiram distintas partes do planeta especialmente nos anos 60 e contribuições intelectuais
de autores como Michel Foucault –, a política transbordou a bitola
estreita em que foi encerrada por muito tempo. Assim, sem que fechemos os olhos
para a macropolítica, a micropolítica cavou seu lugar e, a partir daí,
passou-se a identificar a sua presença no cotidiano, onde quer que se
manifestem relações de poder. Concebida nessa chave, a dimensão política lato sensu ganhou força, processando-se
o deslocamento do seu ponto fixo e reconhecendo-se a politização do social. Daí
que esta proposta de simpósio – sintonizada com as tendências que se afirmaram
sobre tudo na segunda metade do século XX – não ignore os novos ventos trazidos
por esse giro teórico.
É preciso, porém, considerar que o sentido político de uma obra musical
não se restringe às intenções do artista que a produz. Obviamente, as opções
estéticas e políticas expressas num artefato musical interferem na conservação
ou transformação de certos valores e comportamentos que influenciam a maneira
como nos situamos perante o mundo e como o representamos. Entretanto, uma vez
oferecida ao público, a obra de arte está sujeita às mais diversificadas formas
de apropriação, que, no limite, impulsionam uma dança dos sentidos dessa ou
daquela canção.
Afinal, como afirma Stuart Hall, “o significado de um símbolo cultural é
atribuído em parte pelo campo social ao qual está incorporado, pelas práticas
às quais se articula e é chamado a ressoar” (Hall 2003: 258). Nesse sentido, o
que importa, em última análise, não são os objetos culturais intrínseca ou
historicamente determinados, mas o estado do jogo das relações culturais em
meio a um campo de disputas e de poder.
Referências bibliográficas:
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 2. ed. Rio de
Janeiro: Graal, 1979.
HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e
mediações culturais. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2003.
GARCIA, Tânia e TOMAS, Lia (org.). Música e política: um olhar
transdisciplinar. São Paulo: Alameda, 2013.
PARANHOS, Adalberto. Os desafinados: sambas e bambas no “Estado
Novo”. São Paulo:
Intermeios/CNPq/Fapemig, 2015.
6) “Música e identidades regionales: transformaciones,
contraposiciones y desafíos a las identidades nacionales latinoamericanas”
Coordenadoras: Ana Romaniuk (Universidad
Nacional de Cuyo, IESH-Universidad Nacional de La Pampa) y María Luisa de la Garza (Centro de Estudios Superiores de México y
Centroamérica, Universidad de Ciencias y Artes de Chiapas)
La propuesta de
este simposio está orientada a establecer relaciones, en el ámbito de lo
musical, entre construcciones identitarias regionales (sub y supra nacionales)
y su vinculación con la construcción de las ideas de nación en los diferentes
países de Latinoamérica. Partimos del supuesto de que muchos Estados han
legitimado su organización política y social utilizando estrategias de
homogeneización que, en el imaginario cultural, construyen la representación oficial
de la nación. Dentro de este marco, en el que suponemos diversos grados de
tensión entre representaciones hegemónicas y periféricas, proponemos pensar lo
que Rita Segato, en la Introducción a La
nación y sus otros: raza, etnicidad y diversidad religiosa en tiempos de
políticas de la identidad llama la “formación nacional de la diversidad” en
cada uno de nuestros países y, específicamente, las formas de resistencia
–tanto de viejo como de nuevo cuño– de las “alteridades históricas”, es decir,
de aquellos grupos sociales que se mantuvieron “otros” a pesar de las
estrategias de unificación (Segato, 2007).
Invitamos
a analizar los elementos
musicales y extramusicales que operan como diferenciadores en la construcción,
al interior de un país, de identidades no centrales o en la creación de músicas
consideradas distintivas, las cuales, a su vez, pueden buscar participar
también del espacio hegemónico central como una forma de certificar su
legitimidad. Asimismo, invitamos a analizar los aspectos que los colectivos
diaspóricos y la transnacionalidad modifican en los géneros históricamente
construidos como representativos de cada nación.
Llamamos
a abordar desde las prácticas musicales concretas hasta las construcciones que
las musicologías han elaborado, pero nos gustaría particularmente propiciar un
diálogo sobre un posible corpus teórico que ayude a pensar estas dinámicas de
movilidad y arraigo.
¿Qué
formas de comunidad se erigen frente a las identidades centrales? ¿Se trata de
identidades regionales, étnicas, religiosas, lingüísticas, raciales o de otro
tipo? ¿Qué estrategias de legitimación han puesto en marcha, y qué papel
desempeña en ellas la música? ¿Qué instancias oficiales, civiles o
empresariales se ocupan de preservar, recuperar, promover o recrear esas
identidades que podríamos llamar “sediciosas”, y a qué tipo de argumentos
musicales y extramusicales apelan? ¿Cómo se conjuga actualmente la producción
de determinados materiales musicales con la producción de símbolos y de deseos?
¿Qué reconfiguraciones ha habido en el imaginario de lo nacional? ¿Han influido
en él los exilios políticos y económicos? ¿Lo han hecho otros movimientos
políticos internos?
Estas
son algunas de las cuestiones que proponemos para debatir en el simposio, donde
esperamos continuar el diálogo comenzado en el X Congreso sobre el papel que ha
jugado, y juega, lo musical en procesos de construcción de identidades sociales
que se oponen o desplazan a las identidades nacionales estereotípicas.
Referências bibliográficas:
Bhabha, Homi; “Narrando la nación”,
en Álvaro Fernández Bravo (comp.), La
invención de la nación. Lecturas de la
identidad de Herder a Homi Bhabha,
Manantial, Argentina, 2000, pp. 211-219.
Briones, Claudia (comp.); Cartografías Argentinas. Políticas
indigenistas y formaciones provinciales de alteridad, Antropofagia, Buenos
Aires, 2008.
Corti, Berenice; Jazz argentino. Música “negra” del país
“blanco”, Gourmet Musical, Buenos Aires, 2014.
Pardue, Derek; “Los altos y bajos de
la negritude entre los hip-hoppers brasileños: historia
cultural e interpretación en la nación ‘más negra’ de América Latina”, en Mabel
Moraña (ed.), Cultura y cambio social en
América Latina, Iberoamericana, 2008, pp. 367-401.
Segato, Rita; “Introducción.
Políticas de identidad, diferencia y formaciones nacionales de alteridad”, en La Nación y sus Otros, Prometeo Libros,
Argentina, 2007, pp. 15-36.
7) “A obra dos
compositores/criadores da música popular latino-americana sob o enfoque do
hibridismo”
Coordenadores: Paula Mesa (Facultad de Bellas Artes,
Universidad Nacional de La Plata, Argentina) y Herom Vargas (Universidade Municipal de São
Caetano do Sul, Brasil)
Este simpósio tem
como objetivo estudar as obras de músicos latino-americanos caracterizadas por
pontes ou cruzamentos com outras músicas (erudita ou acadêmica, as étnicas,
música experimental etc.). Interessa observar e analisar as características
estilísticas e conceituais das obras de músicos, intérpretes e compositores da
América Latina nas relações com o contexto cultural marcado pela hibridização.
A longo prazo, projeta-se a construção de um panorama latino-americano que nos permita
conhecer diferentes compositores/criadores e sua produção musical dentro do
marco convencionalmente denominado de "fusão". Não há a intenção de
discutir questões com enfoque exclusivamente biográfico, mas intentamos
construir espaços analíticos em que a biografia e a cultura auxiliem na
compreensão da obra do artista.
Rita Segato coloca
o fato de que o local e o global não devem ser entendidos como espaços em tensão, mas em interação.
Trata-se, então, "da interseção de
duas estruturas: uma de circulação global de bens
e grupos humanos por meio dos canais de
um circuito estabelecido de poder e prestígio definido pelo diferencial de
modernidade das nações, e outra marcada pela configuração local de alteridade, que opera como matriz receptora
desses bens e grupos que ingressam no horizonte da Nação" (Segato 2007: p.186). A partir dessa ideia geradora, podemos analisar
a produção de compositores/criadores latino-americanos a partir do ponto de
vista da inter-relação entre o espaço local e espaço global? Como esses
cruzamentos culturais influenciam o processo criativo de determinados
compositores populares na América Latina?
Néstor García Canclini, por
sua vez, pergunta sobre o que se pode entender como latinoamericanidade, e
responde se referindo à existência de um espaço cultural muito heterogêneo.
Segundo Canclini: "a latinoamericanidade foi uma construção híbrida, para
a qual confluiram contribuições de países mediterrâneos da Europa, do indígena
latimo-americano e das migrações africanas". Esse estado
de hibridizações, fusões e cruzamentos define as diferentes culturas que
tradicionalmente são consideradas como formadoras de nossa latinoamericanidade,
com maiores ou menores percentagens de influência em nossos países.
Neste
simposio interessa particularmente abordar:
- As
formas dos hibridismos na música popular latino-americana.
- Alcances e limites dos termos fusão,
hibridação, sincretismo e ecletismo no contexto da música popular
latino-americana.
- A
análise
- O
compositor enquadrado no seu contexto biográfico, cultural e
sociopolítico.
Referências bibliográficas:
BALDERRABANO, Sergio; GALLO,
Alejandro; MESA, Paula. (2001). Un enfoque Sistémico del Componente Armónico
Tonal. Trabajo de investigación desarrollado en el marco del Sistema de
Incentivos de la UNLP.
GARCÍA CANCLINI, Néstor. 2002. Latinoamericanos buscando lugar en nuestro
siglo. Buenos Aires: Paidós SAICF.
MENANTEAU, Álvaro. 2006. “Hacia una
redefinición del término ‘fusión’”, fragmento de la ponencia presentada en el
II Congreso de la Sociedad Chilena de Musicología. Disponible en https://jazzycultura.wordpress.com/2006/08/01/hacia-una-redefinicion-del-termino-fusion-por-alvaro-menanteau/
SEGATO, Rita. 2007. La nación y sus
otros: raza, etnicidad y diversidad religiosa en tiempos de políticas de la
identidad (Buenos Aires: Prometeo Libros).
VARGAS, Herom. 2007. Hibridismos
musicais de Chico Science & Nação Zumbi. Cotia (SP): Ateliê Editorial.
8) “Jazz e outras músicas na América Latina: o jazz na
encruzilhada”
Coordenadores: Berenice Corti (IIEt CABA,
Universidad de Buenos Aires, Argentina); Alvaro Menanteau (Escuela Moderna de Chile); Miguel Vera Cifras (Radio
Universidad de Chile y Universidad Alberto Hurtado) y Marilia Giller (Universidade Estadual do Paraná, Brasil)
Correios eletrônicos: berenice.corti@gmail.com, almenanteau@gmail.com), magiller@gmail.com y veracifras@hotmail.com
Em nossos países, a
discografia jazz das últimas décadas e a bibliografia recente que tem procurado
acessar o fenômeno de cruzamentos do jazz com diversas músicas (“fusión criolla” en Menanteau 2003;
“fusiones, hibridaciones y mezclas” en Corti 2009; “hibridismo” en Piedade
2011; “síntesis” en Delannoy 2012), nos convoca, em oportunidade da
terceira edição do Simpósio Jazz na
América Latina, para refletir sobre como se produzem estes fenômenos de
modo particular na região. E também, de que forma estas discussões estão
ligadas com outras provenientes do campo da etnomusicologia e ciências sociais ("transculturação" en Ortiz 1987;
"fertilização/exposição" em Shepherd, 1982; "hibridismo" em
Garcia Canclini, 1990).
Assim,
aceita-se propostas escritas e de confluência do analítico com o performático
musical, cujos eixos principais giram em torno de:
·
Discussões
teóricas sobre cruzamentos do jazz com outras músicas da região.
·
Estudos
de caso de práticas musicais, construção de gêneros locais e delimitação estilística.
·
Descrição
e análise de cenas musicais que abrigam esses cruzamentos de maneira
particular. Função social do jazz e do jazz fusion.
·
Questões
de política estética vindas da prática musical. Política de representação e de identidade.
·
A improvisação como elemento constituiente de
processos musicais no Jazz
e suas possiveis transformações.
Serão contempladas outras propostas
que não estejam em conformidade com esses eixos.
Referências bibliográficas:
Corti, Berenice. 2009. “Fusiones,
hibridaciones y mezclas en la música popular: Raza, Nación y Jazz Argentino”. Actas de la VIII Reunión de Antropología del
Mercosur (RAM). Buenos Aires: UnSam/Idaes.
Delannoy, Luc. 2012. Convergencias.
Encuentros y desencuentros en el jazz
latino. México: FCE.
García Canclini, Néstor. 1990. Culturas híbridas: estrategias para entrar y
salir de lamodernidad. México: Grijalbo.
Menanteau, Alvaro. 2003. “Hacia una redefinición del término ‘fusión’”,
fragmento de la ponencia presentada en el II
Congreso de la Sociedad Chilena de Musicología. Santiago: Purojazz.
Disponible en https://jazzycultura.wordpress.com/2006/08/01/hacia-una-redefinicion-del-termino-fusion-por-alvaro-menanteau/
Ortiz, Fernando (1987). Contrapunteo cubano del tabaco y el azúcar. Caracas: María H. de Salcedo / Biblioteca Ayacucho.
Piedade, Acácio Tadeu de C., (2011)
“Perseguindo fios da meada: pensamentos sobre hibridismo”, Revista Per Musi, n.23. Belo Horizonte: UFMG, pp. 103-112.
Disponible en
http://www.musica.ufmg.br/permusi/port/numeros/23/num23_cap_11.pdf
Shepherd, John (1982). “A theoretical model for the sociomusicological analysis
of popular musics”. Popular
Music, 2, pp. 145-177.
9) “Gênero,
corpo e pós-colonialidade na música popular”
Coordenadoras: Isabel Nogueira
(Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil), Laila Rosa (Universidade Federal da Bahia, Brasil) y Susan Campos Fonseca (Universidad
de Costa Rica)
Correios eletrônicos: isabel.isabelnogueira@gmail.com, lailarosamusica@gmail.com y susanconductor@gmail.com
Este
simpósio temático propõe um espaço de articulação entre estudos, experiências e
produções em música popular sob as lentes dos estudos sobre gênero, feministas
e queer pós-coloniais. A proposta surge de um desejo conjunto de compositoras e
cantautoras feministas latino-americanas, também professoras e estudiosas do
campo da música popular, etnomusicologia, educação musical, performance e
musicologia. Estamos interessadas em trocar experiências que contribuam para
fomentar e compreender enfrentamentos, articulações, experiências, processos
criativos e subjetividades em música popular, bem como, fortalecer espaços para
os estudos sobre música popular a partir das lentes das epistemologias
feministas e queer pós-coloniais.
Nos pautamos por referências sobre o conceito de gênero como importante
metáfora em música que é também corporificada – gendrificada e racializada (Cusick, 1994; Hisama, 2000; Rose, 2008). No
Brasil, temos no livro Estudos de Gênero, Corpo e Música (Campos
Fonseca e Nogueira, 2013), uma importante referência que rompe com o
silenciamento sobre o tema no país, assim como representou anos atrás o
livro Queering the Popular Pitch (Whiteley e Rycenga, 2006),
que igualmente nos inspira. Nos apoiamos ainda na perspectiva poética,
fronteiriça, lésbica e ao mesmo tempo “chicana” de Gloria Anzaldúa (2000).
Seguimos também pelos passos de Ochy Curiel, de construção de um feminismo
descolonizado (Curiel, 2010) para pensarmos sobre gênero, corpo,
pós-colonialidade e música popular na América Latina, bem como, nas nossas
próprias atuações no campo da música popular neste contexto.
A
temática das relações étnicorraciais e da branquitude tanto nas produções
artísticas, como na produção de conhecimento sobre música popular é também um
tema que prezamos para o nosso debate e que incentivamos para este simpósio
(Sovik, 2009; Ware, 2004). Na perspectiva interseccional que articula gênero,
identidade etnicorracial, sexualidades, geração, classe social, dentre outros
marcadores sociais da diferença, compreendemos que estas são questões que estão
presentes no campo da música popular e dos seus diversos trânsitos e discursos
(Ochoa, 2002). Neste sentido, acolhemos desde relatos sobre processos criativos
a abordagens de cunho mais teórico, compartilhamentos de experiências sobre
performances, estudos sobre cenas, obras e, sobretudo, da busca por uma
reescrita da história da música popular que inclua o protagonismo das mulheres
enquanto artistas, compositoras, produtoras, gestoras e articuladoras
culturais.
Referências bibliográficas:
Anzaldúa, Gloria. 2000. “Falando em
línguas: uma carta para as mulheres escritoras do terceiro mundo.” In: Revista
Estudos Feminista, 8 (1o semestre). Florianópolis: UFSC, pp.
229-236.
Curiel, Ochy. 2010. “Hacia La
construcción de un feminismo descolonizado.” In: Miñoso, Yuderkys Espinosa (org.). Aproximaciones críticas a las
prácticas teórico-políticas del feminismo latinoamericano. Vol I.
Buenos Aires: En La Frontera, pp. 69-78.
Cusick, Suzanne. 1994. “Feminist Theory, Music Theory, and the Mind/Body Problem.”
In: Perspectives of New Music. Vol. 32, No. 1 (Winter).
pp. 8-27. Disponível em: www.jstor.org/stable/833149.
Hisama, Ellie M. “Feminist Music Theory into the Millennium: A
Personal History Author(s)”: Source: Signs, Vol. 25, No. 4,
Feminisms at a Millennium (Summer, 2000), pp. 1287-1291. Disponível em http://www.jstor.org/stable/3175529.
Ochoa, Ana María. 2002. “El desplazamiento de los
discursos de autenticidad: una mirada desde la música”. In: Trans. Revista Transcultural de Música/Transcultural Music Review
#6 (2002).
Nogueira, Isabel Porto; Fonseca,
Susan Campos (orgs.). 2013. Estudos de gênero, corpo e música:
abordagens metodológicas. Goiânia / Porto Alegre:
ANPPOM.
Rose, Tricia. 2008. The Hip Hop Wars:
What We Talk When We Talk About Hip Hop – And Why It Matters. New
York: Basic Books.
Sovik, Liv. 2009. Aqui ninguém é branco. Rio de Janeiro: Aeroplano.
Ware, Von (Org.). 2004. Branquidade:
Identidade branca e multiculturalismo. Rio de
Janeiro: Garamond.
Whiteley, Sheila; Rycenga, Jennifer.
2006. Queering the Popular Pitch. New York: Routledge.
10) “Fazer e Aprender. As Performances de Gênero na e com a Música”
Coordenadores: Thiago Soares
(Universidade Federal de Pernambuco, Brasil), Mercedes
Liska (Universidad de Buenos Aires, Argentina), Carolina Spataro (Universidad de Buenos Aires, Argentina) y Malvina Silva (Universidad de Buenos
Aires, Argentina)
Correios eletrônicos: thikos@gmail.com, mmmliska@gmail.com, carolinaspataro@yahoo.com.ar y malvina.silba@gmail.com
A questão do corpo
sempre se fez presente nos estudos de música, sobretudo através do conceito de
performance: a presentificação da execução musical, o “grão da voz”, a
materialidade da encenação musical, o bios cênico, uma biografia que se
constrói no ato performático musical. A performance atravessa também aqueles que circulam pelos
espaços musicais: frequentadores de festas, de shows, de circuitos culturais
que encenam modos de habitar o mundo a partir de agenciamentos musicais. Temos,
portanto, o conceito de performance e a materialidade dos corpos na música como
aspectos a serem investigados pelos trabalhos neste simpósio a partir da chave
dos estudos de gênero e de sexualidades.
Se
pensarmos que os estudos de gênero pressupõem problematizações entre sexo,
identidade e política (Butler, 2015), a ideia deste simpósio parte da tentativa
de articulações entre música popular e estas instâncias. Indagamos, portanto,
como masculinidades, feminilidades, “normalidades”, “estranhezas” (queers) são
engendradas através de fenômenos musicais. Se pensarmos que a música é um
importante dispositivo das teias sociais e culturais, é possível debatê-la
através de uma certa lógica da pedagogia performática: músicas nos ensinam
modos de agir, de enfrentar normas, subverter normas, construir espaços de
singularidades. Como corpos de artistas, fruidores, fãs encenam problemas de
gênero? De que forma as sexualidades são debatidas nos espaços narrativos das
canções, dos lugares e das poéticas musicais?
Por
que pensar a música através da premissa dos estudos de gênero é tão importante
para se refletir sobre políticas de raça, de classes sociais, de gosto? Debater
gênero sob a premissa das teias sociais significa incluir o debate de que “a
sociabilidade que pertence à vida corporal, à vida sexual e ao ato de tornar-se
um gênero (becoming gendered) (que é, num certo sentido, tornar-se
gênero “para outros”) estabelece um campo de enrendamento ético que parece nos
situar numa esfera de que como corpos, nós somos sempre algo mais, e algo
outro, do que nós mesmos” (Butler 2004: 19) Ao mesmo tempo, se o gênero integra
uma partilha social, que papel teria a música neste processo?
Referências bibliográficas:
BLÁZQUEZ, Gustavo. 2008. “Nosotros,
Vosotros y Ellos: las poéticas de las masculinidades heterosexuales entre
jóvenes cordobeses”. Portal
de Recursos Educativos Abiertos (REA), en http://www.temoa.info/es/node/480875
BUTLER, Judith. Problemas de Gênero: Feminismo
e Subversão da Identidade.
4.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.
BUTLER, Judith. Undoing
Gender. New York: Routledge, 2004.
BUTLER, Judith. “Actos performativos y constitución del
género: un ensayo sobre fenomenología y teoría feminista”. En: Sue-Ellen Case (ed.). Performing
Feminisms: Feminist Critical Theory and Theatre. Johns Hopkins University
Press, 1990, pp. 270-282.
FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I. 12.ed. São Paulo: Martins Fontes,
2013.
FRITH, Simon. Performing Rites: On the Value of Popular
Music. London:
Harvard University Press, 1996.
LOPEZ CANO, Rubén. 2008. “Performatividad y
narratividad musical en la construcción social de
género. Una aplicación al Tango Queer, Timba, Reguetón y Sonideros”. En: Gómez Muñiz,
Rubén y Rubén López Cano (eds.), Músicas, ciudades redes: creación musical e interacción social. Salamanca, SIbE-Fundación Caja
Duero.
11) “A produção e o arranjo: composições estéticas,
técnicas e sociais”
Coordenadores: Frederico Machado de Barros (Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Brasil), Jonas Soares Lana (Pontífica Universidade
Católica do Rio de Janeiro, Brasil) y Vassili Rivron (Université de Caen-Basse Normandie / Institut de Recherche en
Informatique et Automatique, Francia)
Este simpósio propõe fazer convergir diferentes
perspectivas sobre o trabalho de arranjadores, produtores e outros
profissionais envolvidos na cadeia de realização de obras no universo das
músicas populares na América Latina ao longo dos séculos XX e XXI. Engenheiro
de som, orquestrador, parceiro de composição, produtor fonográfico e, antes
disso, radiofônico, são alguns dos papéis desempenhados por esses profissionais
que, por ofício, situam-se na encruzilhada de múltiplos universos musicais e
culturais. Os estilos de arranjo e sonoridade das gravações, as estratégias
estéticas e profissionais conexas, a articulação das lógicas artísticas e
comerciais, entre outros temas, permitem lançar um olhar atento sobre as
trajetórias e perfis socioculturais desses atores, bem como sobre os processos
de produção artística e de significação das obras.
Cada projeto criativo é associado a
configurações onde colaborações, relações de força, projeções e expectativas
entram em jogo. Os processos de criação dos arranjadores e produtores são
impactados por agenciamentos recíprocos e múltiplas interações com músicos,
empresários, público, instrumentos, técnicos e técnicas de gravação, espaços,
identidades de raça e gênero, equipamentos, repertórios, gêneros e estilos
musicais e diversos outros elementos, formando longas e intrincadas redes de
práticas, formas, referências, significados, objetos, sensibilidades, tradições
e quaisquer outros elementos mobilizados nos processos de construção
sociomusical. Seus trabalhos constituem, nesse sentido, uma forma de mediação
cultural, um exercício de negociação e de troca entre diferentes mundos. Mais
que isso, essas atividades, que envolvem desde a produção de arranjos
orquestrais e head arrangements a remixes de
música eletrônica e espetáculos de música pop, mobilizam um conjunto variado de
aspectos e conhecimentos técnico-musicais: instrumentação e teoria musical, o
domínio dos métodos de gravação digital e analógica, noções de marketing e
visão de mercado, a capacidade de arregimentação e trabalho em grupo, ideias e
propostas que norteiam as escolhas estéticas, entre outras.
O simpósio contempla, portanto, diferentes modos e estratégias pelas
quais arranjadores e produtores mobilizam e empregam uma profusão de recursos e
dispositivos e um conjunto de discursos e conceitos como “música”,
“alta-fidelidade”, “low-tech”, “paisagem sonora” e “arte”, a fim de
gerar, capturar, alterar/tratar e fixar sons que em última instância constituem
a matéria-prima do fazer musical. Seus trabalhos se encontram entre o artístico
e o artesanal; o acústico, o elétrico e o eletrônico; o nacional e o
estrangeiro; entre o puro e o híbrido; a “música ligeira” ou “de dança” e a
“grande arte”.
Referências bibliográficas:
Becker, Howard. Art Worlds. Berkeley, CA:
University of California Press, 1982.
Moorefield,
Virgil. The Producer as Composer: From
the Illusion of Reality to the Reality of Illusion, 2nd ed. Cambridge, MA
and London: MIT, 2010.
Niles, Richard. The Invisible Artist: Arrangers in
Popular Music (1950-2000). Bloomington: Indiana University
Press, 2014.
12) “Alejo Carpentier e o estudo das paisagens (sonoras)
midiáticas: de Visão da América à
contemporaneidade”
Coordenadoras: Marita Fornaro (Universidad de la
República, Uruguay); Heloísa Valente (Universidade Paulista, Brasil) y Martha Ulhôa (Universidade Federal do Estado do
Rio de Janeiro, Brasil)
Alejo Carpentier escreveu os 29 ensaios que compõem Visão da América entre 1947 e 1957.
Neles descreve suas viagens pela América Latina, destacando aspectos acerca das
diversas culturas que configuravam a identidade do Continente. Podemos dizer
que esse período que se intercala entre a publicação do livro e os dias atuais
representam muito mais que um intervalo de 60 anos: Para além de novos costumes
e formas de sensibilidade, vários dos países citados por Carpentier passaram
por importantes transformações no cenário político tendo, como consequência
imediata, o isolamento ou o emudecimento.
No que se refere a uma cultura
midiática, é de se ressaltar que a época sobre a qual Carpentier escreve seus
relatos, testemunha o cotidiano dos países, em que o rádio e o cinema eram as
mídias dominantes. Hoje, sabemos, as fronteiras geofísicas estão circunscritas ao alcance
dos aparatos tecnológicos e suas redes. Assim, para além da expansão das
fronteiras do território percorrido e relatado por Carpentier – adotado, aqui,
como inspiração, – este simpósio acolherá contribuições que tratem tanto das
representações da identidade musical latino-americana, quanto de suas paisagens
sonoras, seus repertórios e respectivos modos de transmissão, de maneira a
constituir a memória (não apenas musical, mas cultural).
Referências bibliográficas:
Carpentier,
Alejo. Visão da América. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
Schafer,
R. Murray: A afinação do mundo. São Paulo: Editora da Unesp, 2001.
Zumthor, Paul: Performance, recepção, leitura. São Paulo: Cosac & Naify, 2014